Duas crianças reconheceram, nesta segunda-feira, a mansão de um médico apontado como suspeito de integrar uma rede de pedofilia em Catanduva, no interior de São Paulo. O grupo teria molestado crianças na residência, filmando e fotografando os abusos. Segundo a Polícia Civil, pelo menos 24 crianças, moradoras nos bairros Jardim Alpino e Cidade Jardim, sofreram algum tipo de abusos por pedófilos que fariam parte do grupo.
Na última sexta-feira, outra criança não havia reconhecido a casa e Eduardo Aquino, 19 anos, que era suspeito de levá-la a residência. Por causa disso, a Polícia Civil decidiu liberar Aquino, que havia sido preso um dia antes.
Os promotores André Luiz Cunha e Noeli Correia afirmaram que vão questionar a delegada Rosana da Silva Vanni sobre a libertação de Aquino sem autorização judicial. Segundo os promotores, a libertação de Eduardo pode ser irregular.
Também hoje, a Polícia Militar da cidade apreendeu 13 fotos pornográficas. Em pelo menos uma delas, aparecem crianças nuas, que podem ter sido vítimas da suposta rede de pedofilia.
Nesta tarde, o presidente da CPI da Pedofilia, senador Magno Malta (PR-ES), se reúne com a juíza Sueli Juarez Alonzo, da Vara da Infância e da Juventude, responsável pelo caso. Ele também tem um encontro programado com representantes do Ministério Público e com as mães das vítimas, que alegam irregularidades na condução dos inquéritos policiais.
Malta também vai sugerir ao MP que proponha a delação premiada ao borracheiro José Barra Nova de Mello, preso no Centro de Detenção Provisória de São José do Rio Preto sob acusação de abusar de pelo menos 14 crianças. Na avaliação do senador, o preso poderia delatar outras pessoas que estariam envolvidas na suposta rede de pedofilia.
O senador disse que a CPI vai se intalar em Catanduva na próxima semana, por dois ou três dias. A comissão pedirá a quebra de sigilo telefônico de acusados e convocará todos envolvidos para depor, como juízes, delegados, promotores, testemunhas e até crianças.(Terra)
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